O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (SIMEGO) vem a público expressar total repúdio ao ato administrativo que permitiu a transferência para o Serviço Social da Indústria (SESI) as atribuições da Junta Médica do Município de Goiânia.
A Junta Médica Municipal, composta por profissionais médicos capacitados e comprometidos com a saúde pública e com a legalidade de suas ações, sempre desempenhou suas funções com eficiência, responsabilidade e excelência técnica, atendendo de forma digna os servidores públicos da capital.
O repasse desse importante serviço à uma entidade privada, acima de tudo, representa um enorme passo no desmonte dos serviços públicos. Essa decisão reforça uma lógica de desvalorização do quadro técnico da administração municipal, transferindo competências consolidadas a uma instituição que, embora reconhecida, não possui histórico de atuação continuada nesse campo específico.
Mais grave ainda é o fato de que, com essa terceirização, surgem acusações infundadas quanto à capacidade e ao comprometimento dos médicos da Junta Médica de Goiânia — profissionais cuja condutas sempre foram pautadas pela ética, pela técnica e pelo interesse público. Tal desqualificação, ainda que velada, compromete a imagem de uma equipe que vem, há anos, prestando um serviço relevante, responsável e imparcial à municipalidade.
Causa grande preocupação o ataque indireto à legitimidade e à competência dos servidores públicos da área médica. A substituição dessa expertise por uma instituição que, até ano passado, fora presidida pelo atual prefeito de Goiânia – Sr. Sandro Mabel – expõe não apenas um potencial conflito de interesses, como também fere a transparência e a credibilidade da gestão pública.
Além disso, trata-se de um serviço essencial à saúde pública, cuja entrega a uma instituição de direito privado, mediante vultosa contraprestação financeira, sem a devida transparência e justificativa técnica, fere não apenas a legislação vigente, mas também a ética administrativa, prejudicando diretamente a continuidade de um trabalho técnico reconhecido e que vinha sendo executado com zelo por médicos do serviço público municipal.
O SIMEGO manifesta sua solidariedade aos médicos da Junta Médica de Goiânia, reafirma a importância do seu trabalho técnico e isento, e cobra das autoridades competentes a imediata revisão desse ato administrativo e a apuração dos fatos.
Seguiremos firmes na defesa da valorização da medicina, da ética na gestão pública e da qualidade dos serviços prestados à população.
Goiânia, 27 de março de 2025.
Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO
Franscine Leão – Presidente