O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (SIMEGO) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio às reiteradas tentativas de diminuição das remunerações dos médicos nos diversos municípios goianos. Tais medidas afrontam não apenas os profissionais da Medicina, mas também a dignidade do exercício da atividade médica e o direito da população a uma assistência de qualidade.
A prática recorrente de reduzir a remuneração dos médicos, seja por meio de editais com valores abaixo dos praticados anteriormente, oferecimento de contratos precários ou mudanças unilaterais nas condições de trabalho, revela o desrespeito de gestores públicos com os profissionais responsáveis por garantir o cuidado com a vida. A Medicina exige dedicação, constante atualização, enfrentamento de situações de alta complexidade e disponibilidade contínua — condições que não podem ser compatibilizadas com propostas que desvalorizam economicamente esse ofício.
A valorização da Medicina não é uma pauta corporativista, mas uma exigência social. A desvalorização dos médicos reflete-se diretamente na qualidade da assistência prestada à população. É ilusório pensar que será possível garantir um atendimento público digno e eficiente com profissionais desmotivados, submetidos a contratos inseguros, com oferta de remunerações aviltantes e incompatíveis com a responsabilidade que assumem diariamente.
Além disso, os municípios insistem em políticas de redução das remunerações ofertadas aos médicos, ignorando que a fixação e permanência de médicos em suas redes de saúde dependem de condições mínimas de dignidade e reconhecimento. Quando o trabalho médico é tratado como mero custo, e não como investimento essencial, os maiores prejudicados são os cidadãos que deixam de contar com profissionais qualificados nas unidades de saúde mantidas pelo Poder Público.
O SIMEGO ressalta que as remunerações dos médicos devem ser pautadas por critérios técnicos, legais e éticos, respeitando-se os princípios da razoabilidade, da isonomia e da valorização do trabalho qualificado. A redução injustificada de valores, especialmente em contratos de credenciamento e outras formas de vínculo precário, representa não apenas violação contratual, mas verdadeiro atentado contra o interesse público.
Reafirmamos que a luta pela valorização médica é, em essência, a luta pela garantia de um Sistema Único de Saúde (SUS) que funcione com qualidade, eficiência e respeito a todos os seus profissionais. Não aceitaremos qualquer retrocesso que comprometa essas bases fundamentais.
Goiânia, 06 de agosto de 2025.
Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO
Franscine Leão – Presidente do SIMEGO